terça-feira, 6 de maio de 2008

domingo, 27 de abril de 2008

Direita por linhas tortas


José Miguel Júdice lançou, esta semana, a opinião sobre a existência de um “espaço aberto entre o PSD e o CDS, desejavelmente a preencher com o melhor de cada partido”. Entendo, muito pelo contrário, que esse espaço não existe, ou, a existir potencialmente, não pode ver reunidas, de forma alguma, as condições políticas mínimas para que ganhe vida a breve prazo.

A força do leque partidário presente encontra-se, na realidade, profundamente “desfalcada” à direita. Cada vez mais se torna notória não só a desideologização dos grandes partidos centrais, PS e PSD, cujos conteúdos programáticos acentuam a ausência de doutrina e de valores políticos, como agora também parece ser esse o caminho do CDS-PP. Pretendendo certamente seguir uma tendência internacional de pragmatismo eleitoral, que também tem passado pela bipartidarização dos votantes, na linha da boa tradição inglesa ou americana.
Mas mais ainda do que as questões da bipartidarização ou da desideologização, vemos que o chamado “espírito de direita” se está a extinguir em Portugal, o que, por si só, poderia ser um factor promotor de uma “nova direita”. Ou seja, dentro dos partidos parlamentarmente elegíveis, encontramos menos os valores de direita, ao contrário da esquerda, em que se verificam inclusivé áreas de pleonasmo entre PCP/CDU e Bloco de Esquerda. Ora, esse défice de valores de direita sucede exactamente porque os dois possíveis portadores da bandeira da direita – PSD e CDS – a deixam em casa simplesmente.
O PSD nunca se assumiu, em mais de 30 anos de democracia, como partido afectado por valores de direita, quando na realidade tem tido em segmentos de centro-direita a sua sustentabilidade eleitoral. Com Barroso, Santana, Menezes ou o(a) Sr. (a) que se segue, dir-se-á sempre um partido de base centro-esquerda, ou quanto muito do centro com influências neoliberais. Permanecerá olhando a sua real oportunidade no espaço à sua esquerda que o PS lhe possa permitir em cada momento, apesar da sempre indisfarçável vontade de se aliar, em caso de necessidade, com quem esteja à sua direita.
Do CDS ainda não vimos provavelmente toda a estratégia da actual Direcção, embora já tenha sido possível colher alguns sinais de que o pragmatismo e a desideologização já o contagiam também. Paulo Portas parece querer assumir para si a “receita de sucesso” dos dois partidos grandes e estará certamente à procura de espaço para, pelo menos, fazer coincidir o seu posicionamento com o do PSD, no caso de, mais ainda, não conseguir “ultrapassá-lo pela esquerda”, o que seria de um malabarismo ao alcance de poucos ou de nenhum. A ser assim, chamar-lhe-ia o terceiro grande erro da carreira política de Paulo Portas, depois da não quebra de coligação após saída de Durão Barroso e da sua prematura recandidatura à Presidência do CDS (que deveria, na mais breve das hipóteses, ter ocorrido por esta altura, e não em Maio de 2007). Os cidadãos votantes jamais lhe perdoariam tamanho esforço artificial de tentar conquistar posição eleitoral a “qualquer preço”.

No entanto, parece-me possível (não diria provável) que uma nova direita se reconstruísse após as eleições de 2009. “Bastaria” que o PSD continuasse a não acertar com um líder conciliador e que ambos os partidos tivessem resultados legislativos maus – menos de 6% para o CDS e de 30% para o PSD, a par da renovação da maioria absoluta socialista. Nesses cenários, e sem um líder “laranja” fortemente congregador do espectro PPD/PSD, não me custaria muito antever o estilhaçar dos dois partidos e a consequente geração de uma nova força assumidamente de direita, resultante da colagem de vários fragmentos, sem que contudo deixem de subsistir PSD e CDS.

Mais provável é mesmo que Sócrates se mantenha em governo maioritário, não sendo também de excluir, de todo, que os scores eleitorais à direita sejam suficientemente negativos para criarem as suas condições “estilhaçantes”. O facto que mais poderá então impedir o despoletar de uma nova força política à direita será a eleição de Rui Rio como Presidente do PSD após as legislativas de 2009.
E como aliás se pôde ver pelas movimentações recentes após a demissão de Menezes, essa eleição é altamente provável…

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Heaven


Que estejas bem a disfrutar dos teus cigarros e a observar o que aqui andamos a fazer, meu mais recente Avô!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Endeusamento


De Paulo Bento pelo suposto discurso eficaz no intervalo da meia-final Sporting-Benfica. Eis que segue, portanto, a grande consideração da imprensa por este treinador que me atrevo a adjectivar como "banal". Se não ganhar a Taça de Portugal (CONTRA O PORTO!), continuará o endeusamento? Se a isso se somar o não atingir do 2º lugar, ainda continuará com a plena confiança da Direcção e dos media?

terça-feira, 8 de abril de 2008

Ode 37

Os trinta já estão distantes,
A idade está a pesar;
Mais sete há que somar
E umas rugas que não antes.

Por muito que te adiantes,
Não vais poder encontrar
Número tão certo e a par
Com causa das importantes.

Semanas são trinta e sete
Do bebé que vai nascer,
Mas muito mais medo mete,

Embora menos pesado,
Os anos que tens que ter
Seja ou não do teu agrado…

.








Contra os Prós


Não há pachorra para tanta discussão sobre pontes!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Superioridade

TriParabéns!

A Pinto da Costa pela tenacidade e savoir-faire
A Jesualdo pela postura e profissionalismo
A Lucho e Lisandro pela classe, a Bruno Alves e a Bosingwa por se terem imposto em grande
Ao Departamento Clínico por ter preservado toda uma equipa
A todos os outros mais visíveis e mais anónimos
Fica para o ano, a resolver:
- um lateral-esquerdo e um defesa-central de classe inquestionáveis
- um sistema de meio-campo alternativo à visão de Lucho Gonzalez
- um ponta-de-lança para os dias de desinspiração de Lisandro Lopez
- alguém que tape a saída de Bosingwa e/ou Quaresma
- voar para a final das "Champions"

(Afinal, sempre bastava empatar com o Estrela. A festa seria após o jogo do Bessa, apenas 24 h de diferença...)




sexta-feira, 4 de abril de 2008

Só mais um...

O V. Guimarães acaba de empatar em Paços de Ferreira.
Dá-me a sensação que ao F.C.Porto basta empatar com o E. Amadora....

Dá-me a pistola!...


Soubemos ontem pelo Sr. Procurador-Geral da República que este partilhou com o Sr. Presidente da mesma, e conosco portanto a seguir, que o caso "Carolina Micaelis" não tinha gravidade nenhuma, PORQUANTO HÁ MUITOS CASOS DE ALUNOS QUE LEVAM PISTOLAS PARA AS ESCOLAS. Ainda mais específico:
- alguns fazem-no a conselho dos Pais;
- as ditas cujas são de 9 mm e 6.35mm
Que precisão de informação!
Que descanso para todos nós saber que o caso "Carolina" não passa de um fait-divers sem gravidade nenhuma!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Mentindo sobre a mentira

Títulos que não encontrei, mas que podia ter encontrado na imprensa de hoje:


- PÚBLICO - "IVA pode descer mais 1% em 2009, IRS 2% e IRC 3%"
- JN - "Criminalidade baixa no Grande Porto"
- DN - "Presidente da ASAE nomeado para Provedor da Justiça"
- CORREIO DA MANHÃ - "José Miguel Júdice volta a filiar-se no PSD"

- 24 HORAS - "José Castelo Branco assume-se heterossexual como a maioria das mulheres"
- O PRIMEIRO DE JANEIRO - "PS já escolheu candidato à C.M.P. em 2009"
- A BOLA - "Benfica planeia próxima época para ser campeão"
- RECORD - "Paulo Bento acredita que ainda pode ser uma grande época para o Sporting"
- O JOGO - "F.C.Porto pode perder 6 pontos com base nos depoimentos de Carolina Salgado"

domingo, 30 de março de 2008

2!!


Dear son, happy bitrhday, dear sun

sábado, 29 de março de 2008

A SETE CHAVES


A crescente natalidade de movimentos de cidadãos que se pretendem identificar com a tão banalmente chamada “sociedade civil” deve ser objecto de reflexão por parte da própria “sociedade civil”, por parte dos órgãos do regime instituído, por parte dos partidos políticos.
O mais recente exemplo foi protagonizado pelo “Novo Portugal”, grupo de reflexão (ainda sem qualquer tipo de classificação, seja ele de Associação, Movimento, Plataforma, etc.,) constituído por cidadãos que de algum modo se destacaram em um dos mais diversos quadrantes profissionais, todos eles com menos de 45 anos. Assim, o evento “Novo Portugal – Opções de uma Geração” reuniu cerca de 120 gestores, empresários, médicos, professores, advogados, cientistas, investigadores, marketeers, economistas e profissionais oriundos de áreas tão vastas como a arte, a tecnologia, as letras e as humanidades, no intuito de produzirem um documento que não apenas pretende desafiar o País a discutir o diagnóstico a ele feito, como também a equacionar o seguimento de linhas de orientação propostas, para um degrau de tempo de cerca de 25 anos, ou seja, o período aproximadamente correspondente a uma geração.
Note-se desde logo que o “Novo Portugal” mostrou-se tão abrangente em termos de matérias abordadas, quanto são razoavelmente despretensiosos os seus propósitos. Abrangente uma vez que não reúne apenas empresários e/ou gestores, mas profissionais especialistas em múltiplos sectores da vida económica, social, cultural e “política”. (As aspas devem-se ao sentido eminentemente não partidário do termo.) De objectivos despretensiosos porque, apesar de o documento ser levado à Presidência da República e de pretender ter a sociedade como interlocutora, este grupo não se constitui com o objectivo de bem se posicionar para conquistar papéis de relevo na sociedade, dado que a maioria dos seus elementos já se encontram na “linha da frente” a esse respeito. Aliás, a plena legitimidade do “Novo Portugal” para interferir nas grandes questões nacionais não advém apenas daí, mas também do facto de, sendo constituído por jovens até 45 anos, fazer parte de uma geração que não tem responsabilidades nas grandes marcas político-sociais da nossa história passada ou recente, sejam elas o estabelecimento e manutenção do Estado Novo ou a Revolução de 25 de Abril, o processo de descolonização, a actual Constituição da República, o compromisso europeu ou a criação da actual lógica político-partidária democrática. Sem qualquer mérito, mas também sem qualquer culpa.
Estranho, ou talvez não, o facto de a classe política mais “tradicional” ter comentado as conclusões da iniciativa como “velhas ideias”. Na realidade, “velha ideia” parece ser esta de um político profissional comentar negativamente as propostas de um profissional não-político. Queira então o estimado leitor fazer o seu próprio juízo, tendo em conta as principais conclusões/orientações de cada um dos sete desígnios: valores, pessoas, organização, territorialidade (espaço), recursos, conhecimento e cultura.
Da minha parte, e pese embora a minha parcialidade decorrente do facto de integrar o “Novo Portugal - Opções de uma Geração”, não me parece realmente tão pouco inovador um documento de propostas tão sistematizado e abrangente como o então produzido.

- Criar um modelo de administração baseado em regiões, estimulando o conceito de cidades-distintivas e o reforço das especificidades da Grande Lisboa e do Grande Porto;
- Departidarizar a Administração Pública, rever o modelo eleitoral no sentido de aumentar a responsabilidade dos eleitos face aos eleitores e reforçar as competências autárquicas;
- Estimular o princípio da subsidiariedade, tornando tão próximas e simplificadas quanto possível as decisões relativas a cada cidadão no plano administrativo, judicial, fiscal, da saúde e da educação;
- Potenciar activamente a investigação e desenvolvimento, a taxa de literacia, a natalidade, a mobilidade, a imigração criteriosa e a retenção de activos e investigadores altamente qualificados, através da adopção de políticas de investimento específicas;
- Substituir o modelo de ensino baseado na repetição pela máxima da paixão criativa, e desenvolvendo os conceitos de empreendedorismo, responsabilidade individual e social;
- Alargar a área da concertação social a universidades, grandes empresas, start-up’s e outros organismos sociais, e promover o estabelecimento de protocolos banca/universidade/novas empresas para fomento da iniciativa empresarial e do empreendedorismo;
- Promover o diálogo inter-geracional e inter-cultural, de forma a recuperar e consolidar a memória colectiva e histórica e, em concreto, apostando no turismo cultural e na exploração do factor língua como factor de competitividade;

Serão estes ou outros sete desígnios capazes de, um dia, abrirem as portas da discussão profícua e apartidária no nosso País?

terça-feira, 18 de março de 2008

Fear of not having nor being


"Só se pode ser infeliz através de pelo menos um de dois medos, o de não ter ou o de não ser"


Dan Baker

terça-feira, 11 de março de 2008

A DATA DO FEBRIL REVOLUCIONÁRIO

O dia 11 de Março de 1975 foi daquelas datas que marcou Portugal. Esse dia, mais que qualquer outro da nossa história recente, atrasou o desenvolvimento do país e ainda hoje explica muito do nosso presente subdesenvolvimento.
Passados 33 anos, vemo-nos a discutir se Cunhal contribuiu ou não para a liberdade. Basta ler os livros de história: concentraram-se os poderes nos militares, o PCP roubou o poder que o povo teimava em não lhe dar e nacionalizaram-se centenas de empresas. Uma revolução feita, também, em nome do desenvolvimento económico e do progresso era completamente desvirtuada. O Estado tomou conta da economia e não mais a voltou a largar. Ainda vamos ter de esperar gerações para que este vírus seja extinto. É que ele ainda está bem vivo e continua a multiplicar-se.
(publicado por Bolg Atlântico in http://atlantico.blogs.sapo.pt/)

domingo, 9 de março de 2008

SETE DESÍGNIOS


- As Pessoas
- Os Valores
- A Organização
- A Cultura
- O Conhecimento
- Os Recursos
- O Espaço

"NOVO PORTUGAL - Opções de uma Geração"
ANJE/SEDES/Fund. CALOUSTE GULBENKIAN

quinta-feira, 6 de março de 2008

The best of... Frei Tomás

Comunicado do Partido Comunista Português, 05/03/2008

(...) A “Operação Fénix”, preparada e levada a cabo com o apoio da Administração Norte-Americana, foi a forma encontrada por Álvaro Uribe e o imperialismo norte-americano para responder às várias iniciativas políticas e diplomáticas com vista à solução pacífica do conflito colombiano – com destaque para a intervenção do Presidente Hugo Chavez – e às repetidas propostas das FARC de abertura de negociações políticas.
Acossados pela repercussão das iniciativas das FARC na opinião pública mundial e junto de vários dirigentes políticos e Chefes de Estado na América Latina e na Europa, Álvaro Uribe e George W. Bush, optam mais uma vez pelo boicote ao caminho do diálogo e da paz, enveredando pela via do militarismo e da provocação e pela tentativa de introdução na América Latina das práticas de “guerra preventiva".
O PCP chama a atenção para a ameaça à paz, à democracia e à soberania que esta provocação do regime de Uribe representa para os países vizinhos da Colômbia e alerta para as consequências que uma escalada militarista poderá ter na América Latina.
O PCP expressa a sua solidariedade ao povo, aos comunistas e a todas as forças progressistas da Colômbia que continuam a luta contra o regime fascizante de Uribe pela paz e o progresso social. Solidariza-se e associa-se a todos aqueles que na Colômbia e na América Latina se manifestam nestes dias contra a guerra, pelo respeito do direito internacional e pela solução pacífica dos conflitos"


No comment of course

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Não há estrelas no céu...


Ao cabo de dois anos e meio de trabalho do primeiro executivo monopartidário de esquerda que goza de maioria absoluta, ocorreu finalmente a tão propagada remodelação governamental. Na realidade, tal remodelação envolveu apenas mais um novo rosto ministerial do que a mera “Operação Campos e Cunha” ou a sofisticada “Operação António Costa”, e tantos novos titulares de pastas como a “Operação Freitas-Amado-Severiano”. Mas, perante a escassa profundidade desta intervenção de José Sócrates, não tenhamos ilusões relativamente às suas motivações políticas. Ela constitui por si mesma, e já na sequência da reversibilidade dos processos de decisão Ota-Alcochete, um ponto de viragem da postura governamental, que assim inaugura o período de pré-campanha para as eleições legislativas de 2009.
O desastroso ministro da Obras Públicas mantém-se no cargo após ter sido profundamente desautorizado pela sociedade civil, pelo próprio Presidente da República e, ao fim ao cabo, pelo chefe de governo. Também não se remodelou o ministro da Economia, capaz de exibir um sem-fim de indicadores negativos relativos à Indústria e ao Comércio e que, em boa parte, estão na origem daquilo a que todos vamos chamando “crise económica”; tem, no entanto, como grande cartão de visita do seu magistério o índice de exportações ligeiramente crescente nos últimos dois semestres, situação que os analistas se unanimizam em considerar como sendo mérito essencial da actividade empresarial privada e não como resultado da aplicação de políticas ou medidas tomadas pelo seu ministério. A ministra da Educação, que parecia, a dada altura, ter um espírito reformador assertivo, encontra-se já totalmente descredibilizada, sem fulgor nem aparente capacidade de levar à prática as iniciativas anunciadas, fornecendo nítidos sinais de hesitação e insegurança, em função da contestação crescente que, por sinal, ainda não atingiu estudantes, mas promete ser minada por parte de uma importante vaga de professores. Poderiam ainda ser citados os quase inexistentes ministros da Agricultura e Pescas e do Ambiente e Ordenamento do Território, que normalmente dão apenas meros sinais de vida sempre coincidentes com declarações politicamente trágicas e indiciadoras de pertencerem a um outro qualquer governo de um outro qualquer país que não o nosso.
Estes ministros sim, provavelmente mais do que aqueles que há poucas semanas saíram, deveriam ser remodelados. Os danos que têm causado às causas estruturais da governação são manifestamente mais graves do que as inábeis posturas da ex-ministra da Cultura e, no mínimo, tão graves como as do ex-ministro Correia de Campos.
No entanto, remodelar um ministro “estrutural”, como os supra-citados, a pouco mais de um ano de eleições poderia ser lido, por parte dos eleitores, como um sinal de fraqueza de um primeiro-ministro que, viria assim, afinal, reconhecer que não acertou nas políticas de eixos fundamentais da governação. O que, de facto, poderia pensar o cidadão-eleitor se fizesse contas à demissão dos responsáveis de pastas tão fortes como a Economia, a Educação ou as Obras Públicas, para além das já anteriormente ocorridas nas Finanças, Administração Interna, Negócios Estrangeiros e Defesa? “Então Sócrates não acerta uma?” poderia certamente ser uma interjeição demasiado crua, provável e danosa.
Fica então muito mais fácil e popular retirar de cena uma ministra que visivelmente não existia, que perdeu batalhas importantes (como a do Túnel de Soares dos Reis) e que pertencia a uma “pasta menor”, como era o caso de Isabel Pires de Lima, e afastar um ministro que gerava incómodas manifestações genuínas de desagrado para com o governo, um pouco por todos o País, como Correia de Campos. Transmite-se a ideia de responsabilidade e atenção a pontos menos bons, que sempre qualquer governo tem, passa-se a mensagem de autoridade de um primeiro-ministro corajoso e, sobretudo, disfarçam-se pequenas fraquezas mais aparentes, sem contudo actuar nos pilares fundamentais da instabilidade, por não haver tempo para os reequilibrar. Essencialmente devido a eleições já em 2009.
No momento em que Diogo Freitas do Amaral apresentou a sua demissão dos Negócios Estrangeiros, regozijei-me por antes ter previsto, exactamente nestas páginas de “O Primeiro de Janeiro”, que seria ele o sucessor de Campos e Cunha na saída do executivo. Simultaneamente arrisquei a sugerir que seria Manuel Pinho o “cliente seguinte” e que provavelmente Mário Lino não chegaria também ao final da legislatura. Pois naturalmente reconheço que foi muito pouco certeira a nova previsão, pelo menos assim está claro relativamente ao titular da Economia. Provavelmente pequei por não ter considerado que José Sócrates podia iniciar a pré-campanha quase um ano e meio antes das eleições. Não há, pois, (ainda) estrelas no céu.
Parece que o governo inteiro se uniu para nos gozar…

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Jogada perigosa...


O erro de Sócrates
A partir do momento em que José Sócrates assumiu a autoria dos projectos realizados nos anos 80 enquanto engenheiro técnico relatados pelo Público, a questão desloca-se ligeira, mas perigosamente, para um plano diferente. Não estamos já no terreno pantanoso de alguém permitir a outrem cometer uma brutal ilegalidade mas sim no de saber se o primeiro-ministro fala ou não verdade.

José Sócrates deveria ter resistido a esta tentação. A investigação passa agora a ter como objectivo confrontar o primeiro-ministro com afirmações que fez nessa qualidade. E tudo o que José Sócrates não precisa é de investigações ao seu passado como engenheiro técnico.

Que ele tenha aposto a sua assinatura, há décadas, como é prática comum (o que aliás diz muito sobre essa coisa de “nem pensar ter privados a licenciar projectos que isso ia ser uma corrupção desbragada”) em projectos alheios, é coisa que o tuga ainda se apressa a perdoar, como perdoou a fanfarronice de se fazer passar por engenheiro. Foi há décadas, o homem nem sonhava vir a ser primeiro-ministro, era ingénuo, o país não dava oportunidades…

Mas neste momento a coisa já se deslocou para afirmações do primeiro-ministro que, hoje, agora, assume com todas as letras que foi ele que o fez os projectos em causa. E isso é o que vamos ver.

Por AMN, Blog "A Arte da Fuga", 01/02/2008

sábado, 19 de janeiro de 2008

Parabéns ... de vida


Fazer 40 anos e rapar o cabelo a pente 4
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quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

And the winner is...



O Farol do Deserto elegeu as figuras e acontecimentos do ano 2007

Figura Nacional do Ano - Joe Berardo, pela capacidade de tomar minutos de TV por qualquer assunto que seja

Figura internacional do Ano - Luis Amado, pela capacidade singular de se internacionalizar com tanto êxito depois de tanto tempo à defesa

Acontecimento Nacional do Ano - O Gato Fedorento, pelo muito tempo que deles fazem falar tantos cidadãos, com tão poucos minutos semanais de novo humor

Acontecimento Internacional do Ano - A imprensa internacional, pela quantidade de tempo que gastam em debater se a Casa Branca vai ser ocupada por Hillary ou Obama, sem se lembrarem que existe um Partido Republicano, que às vezes até ganha